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QUEM SOU

CURRÍCULO

 

CURRÍCULO

Faz muito tempo, mal saindo da adolescência, meus pais me levaram a Europa. Em Paris, seguindo um impulso aventureiro, alistei-me na Legião Estrangeira e fui embarcado imediatamente para Suez. Lá, conheci o deserto, a solidão e o medo. Exatamente nessa ordem.

 

O deserto é um calor infernal durante o dia e um frio glacial durante a noite. A areia cola na pele suada e lhe incomoda na hora de dormir, dificultando o sono. Como a água é racionada, você passa dias sem tomar um banho e vai ficando impregnado de todos os odores, que se misturam com a areia e lhe transformam em algo insuportável. E não há nada a fazer no deserto, exceto vigiar o horizonte. As conversas vão se repetindo e aos poucos você prefere a solidão.

 

O medo não nos deixa dormir. Vindo da escuridão com seus cavalos negros, os nômades podem atacar a qualquer instante, para roubar mantimentos. E as serpentes podem invadir a sua tenda ou um lobo mais ousado resolver enfrenta-lo. Perdi quase todos os meus companheiros na ponta da espada dos cavaleiros da noite. Vi muitos morrerem em minha frente, lutando como bravos heróis ou fugindo como covardes. Pouca diferença representou na hora da morte. Bom,.... isso não aconteceu de verdade mas poderia ter acontecido. De fato tentei alistar-me na Legião Estrangeira mas como meus pais nunca me levaram a Paris e eu não sabia o endereço deles no Brasil, acabei alistando-me na Marinha.

 

Na Marinha, depois de quase um ano em salas de aula, embarquei em um navio de treinamento. Então aprendi a lavar convés, lubrificar equipamentos, sinalizar com bandeiras, cozinhar para 353 marujos e um monte de outras coisas que nunca me foram úteis. Raramente treinávamos com armas e tiros com munição verdadeira, nunca me aconteceu. Aprendi a dobrar roupas, a reconhecer algumas estrelas e estudei a história naval com afinco. A minha vida na Marinha teria sido essa monotonia se não fosse o pequeno acidente que afundou nosso navio.

 

Até hoje não se sabe ao certo com o que nos chocamos, mas as investigações apontam para uma mina remanescente da Segunda Grande Guerra. Era noite e a explosão ainda hoje permanece em minha mente. Um grande incêndio começou na proa e o barco adernou rapidamente para bombordo. Foi impossível soltar as balsas do lado contrário, de modo que muitos de nós, tivemos que ir para a água só com um precário salva vidas. Eu ainda não havia jantado e lembro-me que fiquei preocupado de ir para a água com fome. Tinha uma barra de chocolate no bolso e pensei em guarda-lo mas lembrei que poderia molhar-se e derreter-se. Então comecei a comer o chocolate para garantir mais energia. Lembro-me perfeitamente da cena. O barco adernando perigosamente, marujos gritando tentando soltar as balsas, gente pulando na água iluminada pelo fogo e eu agarrado a uma alça da amurada e comendo chocolate. Ao meu lado, um marujo fumava calmamente.

 

Passei dois dias dentro d’água, com fome e frio. No princípio, éramos muitos, mas, com o tempo, as ondas foram nos afastando. Quando o dia amanheceu, não ouvia mais as vozes dos companheiros e estava isolado no mundo. O deserto agora era de água e os nômades haviam se transformado em tubarões. O sol queimava meu rosto durante o dia e a noite, o medo e o frio não me deixavam dormir. Foram dois dias de angustia e pavor, esperando um salvamento que não chegava. Bom,..... nada disso aconteceu de fato mas poderia ter acontecido porque realmente eu poderia ter ido alistar-me na Marinha mas estava mais interessado em outras coisas e comecei a procurar emprego.

 

Trabalhei como garçom em um bar de baixa categoria. Os clientes eram operários de uma fábrica de tecidos ali perto. O que eu não sabia era que o dono distribuía drogas da pesada. Alguns clientes iam conversar com ele em uma sala isolada e, na verdade, aí se dava a transação das drogas. Eu nunca percebi isso, mas a polícia percebeu e apareceu um dia prendendo todo mundo. Fui parar em uma cela junto com traficantes e assassinos. Assim penetrei no mundo do crime. Dois anos depois voltaria para a cadeia por assassinato premeditado. Bom,.... nada disso aconteceu de fato mas bem que poderia ter acontecido porque  as drogas já tem presença no nosso cotidiano, bares já frequentei muitos e fui mesmo garçom em um pequeno bar na Zona Norte do Rio, faz muito tempo. Como logo depois consegui um emprego melhor, fui caminhando na vida mas sempre desejei ser escritor. E como sou daqueles que perseguem os sonhos, fui escrevendo e, de repente, percebo que tenho um monte de livros escritos.

 

Então, estou publicando.  Aos pedaços vou colocando cada livro.  Esse site é para mostrar os já publicados. Você pode lê-los de graça pegando emprestado na Amazon se fizer parte do grupo unlimited (Paga-se apenas  R$ 19,90 ao mês e pode-se retirar livros ilimitadamente. Recomendo).  Pode também compra-los, se preferir ficar com eles em seu Kindle, celular, tablete ou computador.  Custam muito barato porque abdiquei praticamente de lucros sobre isso.  E pode também compra-los em papel e receber em casa.  Nesse caso custam um pouco mais mas mesmo assim são baratos.

 

Eu terei muita satisfação em receber comentários e responderei a todos eles.  Se forem elogiosos, serão ótimos.  Se forem severos, serão úteis.  Continuo tentando aprender.

 

Ronaldo Carneiro leão

ronaldo@on-help.com.br

        

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